Em Nome de Allah, o Misericordioso, o Compassivo. Louvado seja Allah, o Senhor dos Mundos! Que as bênçãos e a paz de Allah estejam com o melhor dos Mensageiros, sua Família e seus Companheiros, bem como com todos aqueles que o seguem da melhor maneira até o Dia da Retribuição!
Alguém disse: Descreva-nos aquele extasiado (majdub) a quem corresponde necessariamente a primazia sobre todos os santos, aquele que tem em sua mão a bandeira da santidade, aquele de quem todos os santos dependem para intercessão, da mesma maneira que os Profetas dependem do nosso Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele).
Seu nascimento e sua nobre linhagem
Nosso Senhor, o Sheikh Sidi Abu-l-ʿAbbas Ahmad al-Tijani (que Allah santifique seu precioso segredo) nasceu no dia 12 de Safar de 1150 da Hijra (correspondente ao ano 1737 d.C.) em ‘Ain Madi, uma pequena vila localizada no deserto da Argélia.
De acordo com o grande sábio marroquino Sidi Ahmad Sukayrij, seus antepassados eram originários de Safí, uma região marroquina ao sul de Casablanca e ao norte de Marrakech.
Seu pai, Sidi Muhammad bin al-Mukhtar bin Ahmad bin Muhammad ibn Salaam, era um descendente da tribo marroquina de Dukkala-ʿAbda. Ele se tornou um proeminente estudioso, amado e respeitado, vindo a ensinar a interpretação do Qur’an (Alcorão) e a Ciência dos Ahadith (tradição profética), combatendo as inovações religiosas e chamando o povo para Allah.
A mãe de nosso mestre Sheikh Ahmad al-Tijani se chamava senhora Aisha, filha de Sidi Mohamed Senoussi Tijani Madaoui, e foi dela que, de acordo com o costume bérbere, nosso Sheikh recebeu o nome da tribo Tijania. Ela era uma mulher devota, conhecida por sua generosidade e piedade, e passava grande parte de seu tempo invocando Allah e rezando sobre o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele). Ela teve outros filhos, que perdeu em tenra idade, porém, aceitou tal provação com resignação e confiança em Allah; já os seus filhos que chegaram a idade adulta foram nosso senhor o Sheikh Ahmad al-Tijani (que Allah santifique seu segredo), Ruqaya e Ibn ‘Umar.
O renomado erudito Sheikh Abdallah ibn Muhammad al-Iyachi autor de um livro chamado Rihlat, relata que passou por ‘Ain Madhi onde se encontrou com o bisavô homônimo do Sheikh Ahmad al-Tijani (que Allah santifique seu precioso segredo), e a ele se referiu como um “grande estudioso”.
Conta-se que o primeiro membro da família a se estabelecer em ‘Ain Madhi fora o tataravô do Sheikh Ahmad al-Tijani (que Allah esteja satisfeito com ele), conhecido como Sidi Muhammad, que, fugindo de uma invasão portuguesa, lá fixou residência e se casou com uma mulher da tribo de Banou Toujine. Ele talvez tenha sido o mais renomado ancestral da família até o nascimento do Sheikh Ahmad al-Tijani. Em sua casa havia um quarto ao qual dedicava-se ao retiro espiritual (khalwa) e no qual não permitia que ninguém mais entrasse. O que se relata é que ele regularmente cobria o rosto para ir à mesquita e mantinha o rosto coberto na frente das pessoas, até seu retorno à casa; ao ser questionado sobre isso, nosso Sheikh Ahmad al-Tijani disse:
“Isso pode ser porque ele alcançou um certo grau de santidade. De fato, a consequência desse grau de santidade era que todos aqueles que olhavam para ele não podiam desviar o olhar nem por um momento e corriam o risco de morrer. Ele manteve essa particularidade por vinte e três anos, essa é a característica daqueles que adquiriram setenta e duas categorias de conhecimento muhammediano. Por essas razões que ele voluntariamente ocultou seu rosto.”
Ele foi um descendente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) por meio de Imam al-Hassan ibn ‘Ali, o primeiro filho de Seiyda Fatima Zahra e do Príncipe dos Crentes Imam ‘Ali (que Allah esteja satisfeito com todos eles). Sua nobre linhagem também passa por Mawlay Idris, o célebre fundador do Marrocos.
Sobre sua descendência muhammadiana o Sheikh Sidi Muhammad ibn al-Mishri escreveu em seu livro O jardim do amante extinto:
“A nobre linhagem do Sheikh remonta ao nosso senhor al-Hassan ibn ʿAli (que Allah enobreça sua face). Investiguei e comprovei a autenticidade desta linhagem, apesar de que o Sheikh, para afirmar seu vínculo à descendência do Profeta, nunca se fundamentou sobre o transmitido de ouvido pelas pessoas, nem sobre certificados escritos. Uma vez preguntou ao Profeta sobre sua linhagem e este a confirmou. O ouvi dizer:
“Perguntei ao Senhor da Existência a propósito da minha linhagem: “Sou um Sharif ou não?”(…) Respondeu então o Profeta: “Sois meu filho, sois meu filho” repetindo três vezes.”
De acordo com Sidi Ahmad Sukayrij, Esta é a linhagem do Sheikh:
O conhecedor de seu Senhor, o Pólo senhorial, o sustento intemporal, nosso senhor Abu-l-ʿAbbas Ahmad ibn Mahammad ibn al-Mukhtar ibn Ahmad ibn Muḥammad ibn Salim ibn Abi-l-ʿId ibn Ahmad ibn Ahmad ibn ʿAli ibn ʿAbd Allah ibn al-ʿAbbas ibn ʿAbd al-Jabbar ibn Idris ibn Idris ibn Ishaq ibn Zayni-l-ʿAbidin ibn al-ʿArif bi-Llah Sidi Aḥmad ibn Muḥammad an-Nafs az-Zakiyya ibn ʿAbd Allah al-Kamil ibn al-Hassan al-Mutanna ibn al-Hassan as-Sibt ibn ʿAli – que Allah enobreça a sua face! – de nossa senhora Faṭima az-Zahraʾ filha de nosso senhor o Mensageiro de Allah.
Durante sua infância vários sinais indicavam o proeminente futuro do nosso Sheikh. Certa vez, ao sair da escola viu uma grande luz subindo para o céu e, então, o Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) apareceu e o encorajou dizendo: “Continue, pois você está na verdade”. Algumas vezes a criança tinha sonhos sugestivos de seu destino futuro – certa vez, teve um sonho onde se viu em um trono comandando um multidão de criaturas; em um outro sonho viu o Profeta (que as bencaos e a paz de Allah estejam sobre ele) cavalgando em uma montanha enquanto ele, o Sheikh, o seguia de perto, então o Profeta desceu para o campo e foi rezar mas o Sheikh só pode se juntar a oração a partir da segunda raka’at (ciclo de oração) e o Sheikh entendeu que só alcançaria suas aspirações na segunda parte de sua vida.
Seus estudos e sua aspiração espiritual
Sheikh Ahmad al-Tijani seguiu a tradição de estudos de sua família. A obra Magna da Tariqa Tijani, intitulada Jawahir al-Ma’ani, o descreve como um jovem de inteligência poderosa, de tal modo que nada escapou a sua compreensão.
No vilarejo de ‘Ain Madhi, as únicas distrações acessíveis à criança eram o estudo do Qur’an (Alcorão), do árabe e da álgebra, de tal modo que aos sete anos o nosso Sheikh concluiu a memorização do Qur’an sob a tutela do erudito Mouhamed Ibn Hamou Tijani. Em seguida, passou a se dedicar aos estudos das ciências islâmicas tradicionais, como a jurisprudência islâmica (fiqh) os fundamentos da jurisprudência islâmica (usul al-fiqh), as narrações e tradições proféticas (ahadith), a interpretação do Alcorão (tafsir), a recitação do Alcorão (tajwid), a gramática árabe (nahw) dentre outros ramos. No campo do fiqh (jurisprudência islâmica), o Sheikh estudou vários tratados clássicos de jurisprudência, como o Mukhtasar de Sidi Khalil, a Risala ila al-sufiyya, de Abu al-Qasim al-Qushayri, a Muqaddima de Ibn Rushd e o Kitab al-‘Ibada de al-Akhdari sob a tutela de Sidi Mabruk Ibn Ba’afiyya Midawi al-Tijani.
De acordo com a obra Jawahir al-Ma’ani, aos vinte anos o Sheikh se tornou um grande erudito, tornando-se um Mufti (alguém habilitado para emitir decisões judiciais, no campo da jurisprudência islâmica). Sobre sua capacidade de aprender em idade precoce, o Jawahir al-Ma’ani traz a seguinte declaração do Sheikh:
“Quando eu começo algo, nunca me afasto disso”.
Em 1166 da Hégira (1752/53 d.C), um trágico evento marcaria a vida de Seiydina Sheikh Ahmad Tijani, uma epidemia de peste o deixaria órfão de pai e mãe no mesmo dia, quando tinha apenas 16 anos de idade. Isso, contudo, não afetou sua ânimo e o Sheikh continuou seus estudos com cada vez mais determinação.
Sua sede por mais conhecimento o levou a deixar a Argélia em 1171 da Hijra (correspondente ao ano de 1758 d.C) com destino a Fez, no Marrocos, uma cidade com ampla tradição intelectual e espiritual. Em Fez, além de continuar seus estudos de ahadith, fez contato com pessoas de conhecimento e santidade. Do Sheikh Al-Tayyib bin Muhammad al-Sharif de Wazan (falecido em 1180 da Hégira/1767 d.C.), líder da tariqah Wazzaniya, recebeu a permissão a Tijani para dar instrução espiritual; de Sidi Ahmad al-Yemeni, Sheikh Tijani recebeu a iniciação na tariqah Qadiriyya, e de Abu Abdullah Sidi Muhammad al-Tizani ele recebeu a iniciação na tariqah Nasiriya. Por sua vez, seu professor Sidi Abdullah bin ‘Arabi al-Mada’u (falecido em 1188 da Hijra) ficou tão impressionado com o Sheikh Ahmad al-Tijani que lhe disse que Allah o guiava pela mão e Sidi Ahmad al-Tawash (falecido em 1204 da Hijra) lhe predisse uma elevada realização espiritual. Ele também recebeu a iniciação na tariqa de Abu Abbas Ahmad al-Habib al-Sijilmasy (falecido em 1165 da Hijra), que veio até ele em um sonho, colocou sua boca na dele e lhe ensinou um nome secreto. Por fim, vale citar que Sidi Muhammad al-Wanjili (falecido em 1185), um homem conhecido por sua santidade, previu para ele um maqam (estação espiritual) de Qutbaniyya (polo espiritual) semelhante ao do Sheikh Abu al-Hasan al-Shazili (fundador da tariqah shaziliyyah).
Certa vez, Seydina Sheikh Ahmad Tijani viu em sonho o grande Wali e Poloe de seu tempo, o Ghawth Sidi Abu Madyan (que Allah esteja satisfeito com ambos), em uma assembléia onde disse:
“Quem me der algo, eu darei [em troca] o que ele pedir.”
Seiydina disse a ele então:
“Eu lhe dou quatro mithqal (moedas) e me garanta a Qutbaniya el-‘azima (polo supremo), ao que ele respondeu:
“Sim, eu garanto e você não vai morrer até que obtenha.”
Esse sonho foi confirmado por um homem conhecido por ver seres espirituais (ruhani) no estado de vigília e os seres informavam aquilo que ele deseja saber. Ao se encontrar com esse homem pela primeira vez, Seiydina Sheikh lhe perguntou:
“Eu escondi algo em meu coração, diga-me o que é?”
Quando o homem perguntou aos ruhani, eles disseram que Seiydina Ahmad Tijani se referia à Qutbaniyah. Foi então que o homem notou a presença de alguém ao lado das entidades espirituais, que lhes disse:
“Quem permitiu que vocês falassem sobre esse assunto?”
E os Ruhani responderam: “É ele quem questiona sobre isso”, a pessoa então lhes disse:
“Esta Qutbaniya, fui eu quem a garanti em Tlemcen antes da sua partida. Ele não morrerá sem tê-la alcançado. Portanto, não interfiram nisso, nem você nem os outros”.
Tal pessoa que apareceu ao lado dos ruhani era o mesmo Sidi Abu Madyan, que o Sheikh vira em seu sonho.
O Jawahir al-Ma’ani narra que o Sheikh Ahmad Tijani passou algum tempo no deserto juto à zawiya do famoso Qutb Sidi Abd al-Qadir bin Muhammad al-Abyad e, então, dedicou-se a ensinar a exegese do Alcorão (tafsir) e a Ciência do Hadith, pelas cidades em que passava.
Seu Hajj
No ano de 1186 da Hijra, aos 36 anos, nosso senhor o Sheikh Ahmad al-Tijani, partiu como um peregrino para Meca.
Ao passar pela capital argelina, recebeu a iniciação na tariqa khalwatiyya, das mãos do Sheikh al-Azhar Muhammad al-Hifni, vindo a se encontrar posteriormente com proeminentes fuqarah khalwati, como o famoso Wali, o majestoso Mestre e Conhecedor Perfeito Sidi Mahmud al-Kurdi, enquanto passava pelo Egito. Nesse encontrou Sidi Mahmud al Kurdi questionou Seiydina Sheikh Ahmād al-Tijāni sobre suas ambições, ao que este respondeu:
” Meu objetivo é alcançar o grau de Polo Supremo.”(al-Qutbaniyyah al-‘Azima).
O famoso Mestre então afirmou:
“Ó! Meu amigo, o Altíssimo tem muito mais coisas reservadas para você do que isso.”
Sabe-se que, em seguida, chegou à Tunísia onde se encontrou com o Sidi Abd al-Samad al-Ruhwij; em sua passagem por Tunez, lecionou o Kitab al-Hikam de Ibn Ata’Illah para os estudantes da Universidade de Zaytuna.
Seiydina Sheikh Ahmad Tijani chegou à Meca no ano seguinte ao início de sua peregrinação e realizou o Hajj conforme as ordens de Allah. Em Meca teve a oportunidade de se encontrar com o santo Sidi Ahmad ibn Abdullah al-Hindi, que a ele se dirigiu com a seguinte mensagem: “Você é o herdeiro de meus conhecimentos, segredos, dons e luzes”, e o incitou a visitar o Qutb (Pólo) Muhammad al-Samman, que residia em Medina.
Em Medina, Sheikh Ahmad Tijani realizou a ziyara ao túmulo do Amado Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e, como indicado por al-Hindi, foi visitar Sidi Sheikh Muhammad Abd al-Karim al-Samman, um membro da tariqa khawlati que recebeu ijaza mutlaq (permissão completa) de Mustafa al-Bakri. Sheikh al-Samman informou a Sheikh Ahmad Tijani que ele seria o Qutb al-Jami’ (O Pólo Abrangente).
Em seu retorno , Sheikh Ahmad Tijani visitou uma segunda vez o Egito, e muitos sábios foram com ele se encontrar. Lá, recebeu de al-Kurdi a autorização para ser muqaddam khalwati e espalhar a tariqa na África do Norte.
Seu encontro com o Profeta (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele)
Foi no ano de 1196 da Hijra (correspondente ao ano de 1784 d.C), na cidade argelina de Abu Semghun, localizada no deserto do Saara, que Seiydina Sheikh Ahmad Tijani teve a Grande Abertura Espiritual (al-Fath al-Akbar) e recebeu sua iniciação diretamente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele).
Em plena luz do dia, enquanto o Sheikh se achava acordado, o Amado Mensageiro de Allah se apresentou e disse:
“A partir de agora eu sou o teu iniciador, teu Mestre, nenhum ser humano pretenderá ser teu iniciador. Deves, pois, abandonar tudo o que colheste anteriormente das outras vias. Ninguém te reprovará em nada, já que sou o teu intermediário ante Allah e o teu apoio”.
Assim , o Sheikh Ahmad Tijani recebeu a Via espiritual diretamente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), tendo, igualmente, recebido o wird e a permissão para dar treinamento espiritual (tarbiyah). Logo, o Profeta lhe transmitiu o wird e as invocações próprias de sua Via, bem como as condições que deve aceitar todo aspirante a essa Nobre Tariqa, acrescentando:
“Mantenha-te nesta Tariqa sem se isolar do mundo. Não rompas as tuas relações com as pessoas, até que alcances a estação espiritual que te está prometida. Mantenha-se em teu estado espiritual sem grande fadiga , dificuldade ou esforço excessivo. A partir de agora, renuncie a todos os Santos”.
Desta forma, a Tariqa do Sheikh Ahmad Tijani – conhecida como Tariqa Tijaniya – nada mais é do que a própria Tariqa Muhammadiya, a Via Espiritual transmitida diretamente pelo Amado Mensageiro de Allah (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) e Sheikh Ahmad Tijani é o seu muqaddam e khalifa. É a tariqa Ahmadiya-Muhammadiya-Ibrahimiya-Hanifiya e as virtudes ligadas ao caminho do Profeta e seu Khalifa Sidi Ahmad Tijani são inúmeras.
Foi também o Profeta Seiydina Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) que lhe informou diretamente que ele é o polo oculto (al-Qutb al-Maktum), o selo dos santos (al-Khatm al-Awliyah), aquele “por meio do qual todos os santos, sem estarem cientes disso, recebem o influxo dos Profetas”. Sobre seu estado espiritual o Sheikh declarou: “Todo santo bebe apenas do nosso mar desde a criação até a ressurreição” e, também, “Todos os Sheikhs aprenderam de mim o incognoscível… Eu sou o senhor dos santos, como Muhammad é o senhor dos Profetas” e ainda: “Abd al-Qâdir al-Jilânî disse: ‘o meu pé está sobre o pescoço de cada santo’, ele se referia aos dos de seu tempo. Quanto ao meu, está sobre pescoço de cada santo desde Adão até o julgamento final”.
Por 13 anos Seiydina Sheikh permaneceu em Abu Semghun, propagando a tariqa. Nesse período vieram pessoas de diversos países, atraídas pela baraka (benção espiritual) que o Profeta lhe havia confiado.
Anos depois, Sheikh Ahmad Tijani (que Allah santifique o seu precioso segredo) fixou sua residência em Fez, no Marrocos. Sua chegada foi marcada por uma recepção preparada especialmente pelo Sultão Mawlay Sulayman, que enviou uma delegação de eruditos ao seu encontro. Em seguida estabeleceu-se uma profunda relação entre ambos e o Sheikh foi indicado para o conselho de eruditos.
O período que Sheikh Ahmad Tijani passou em Fez foi dedicado à Tariqa que havia recebido diretamente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), formando muqaddams e enviando seus representantes para a Mauritânia e Hijaz, a fim de espalhar a tariqa. A grande zawiya de Fez foi construída em 1215 da Hijra (1800), por ordem do Profeta (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) e até hoje serve de local de encontro dos milhares de tijanis espalhados por todo mundo.
Nosso amado Sheikh faleceu em uma quinta-feira, dia 17 de Shawwal de 1230 da Hijra (1815 d.C.), aos 80 anos de idade, após ter realizado a Oração do Fajr, seu foi enterrado em seu jardim que posteriormente foi incorporado à Grande Zawiya.
Em Nome de Allah, o Misericordioso, o Compassivo. Louvado seja Allah, o Senhor dos Mundos! Que as bênçãos e a paz de Allah estejam com o melhor dos Mensageiros, sua Família e seus Companheiros, bem como com todos aqueles que o seguem da melhor maneira até o Dia da Retribuição!
Alguém disse: Descreva-nos aquele extasiado (majdub) a quem corresponde necessariamente a primazia sobre todos os santos, aquele que tem em sua mão a bandeira da santidade, aquele de quem todos os santos dependem para intercessão, da mesma maneira que os Profetas dependem do nosso Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele).
Seu nascimento e sua nobre linhagem
De acordo com o grande sábio marroquino Sidi Ahmad Sukayrij, seus antepassados eram originários de Safí, uma região marroquina ao sul de Casablanca e ao norte de Marrakech.
Seu pai, Sidi Muhammad bin al-Mukhtar bin Ahmad bin Muhammad ibn Salaam, era um descendente da tribo marroquina de Dukkala-ʿAbda. Ele se tornou um proeminente estudioso, amado e respeitado, vindo a ensinar a interpretação do Qur’an (Alcorão) e a Ciência dos Ahadith (tradição profética), combatendo as inovações religiosas e chamando o povo para Allah.
A mãe de nosso mestre Sheikh Ahmad al-Tijani se chamava senhora Aisha, filha de Sidi Mohamed Senoussi Tijani Madaoui, e foi dela que, de acordo com o costume bérbere, nosso Sheikh recebeu o nome da tribo Tijania. Ela era uma mulher devota, conhecida por sua generosidade e piedade, e passava grande parte de seu tempo invocando Allah e rezando sobre o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele). Ela teve outros filhos, que perdeu em tenra idade, porém, aceitou tal provação com resignação e confiança em Allah; já os seus filhos que chegaram a idade adulta foram nosso senhor o Sheikh Ahmad al-Tijani (que Allah santifique seu segredo), Ruqaya e Ibn ‘Umar.
O renomado erudito Sheikh Abdallah ibn Muhammad al-Iyachi autor de um livro chamado Rihlat, relata que passou por ‘Ain Madhi onde se encontrou com o bisavô homônimo do Sheikh Ahmad al-Tijani (que Allah santifique seu precioso segredo), e a ele se referiu como um “grande estudioso”.
Conta-se que o primeiro membro da família a se estabelecer em ‘Ain Madhi fora o tataravô do Sheikh Ahmad al-Tijani (que Allah esteja satisfeito com ele), conhecido como Sidi Muhammad, que, fugindo de uma invasão portuguesa, lá fixou residência e se casou com uma mulher da tribo de Banou Toujine. Ele talvez tenha sido o mais renomado ancestral da família até o nascimento do Sheikh Ahmad al-Tijani. Em sua casa havia um quarto ao qual dedicava-se ao retiro espiritual (khalwa) e no qual não permitia que ninguém mais entrasse. O que se relata é que ele regularmente cobria o rosto para ir à mesquita e mantinha o rosto coberto na frente das pessoas, até seu retorno à casa; ao ser questionado sobre isso, nosso Sheikh Ahmad al-Tijani disse:
“Isso pode ser porque ele alcançou um certo grau de santidade. De fato, a consequência desse grau de santidade era que todos aqueles que olhavam para ele não podiam desviar o olhar nem por um momento e corriam o risco de morrer. Ele manteve essa particularidade por vinte e três anos, essa é a característica daqueles que adquiriram setenta e duas categorias de conhecimento muhammediano. Por essas razões que ele voluntariamente ocultou seu rosto.”
Ele foi um descendente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) por meio de Imam al-Hassan ibn ‘Ali, o primeiro filho de Seiyda Fatima Zahra e do Príncipe dos Crentes Imam ‘Ali (que Allah esteja satisfeito com todos eles). Sua nobre linhagem também passa por Mawlay Idris, o célebre fundador do Marrocos.
Sobre sua descendência muhammadiana o Sheikh Sidi Muhammad ibn al-Mishri escreveu em seu livro O jardim do amante extinto:
“A nobre linhagem do Sheikh remonta ao nosso senhor al-Hassan ibn ʿAli (que Allah enobreça sua face). Investiguei e comprovei a autenticidade desta linhagem, apesar de que o Sheikh, para afirmar seu vínculo à descendência do Profeta, nunca se fundamentou sobre o transmitido de ouvido pelas pessoas, nem sobre certificados escritos. Uma vez preguntou ao Profeta sobre sua linhagem e este a confirmou. O ouvi dizer:
“Perguntei ao Senhor da Existência a propósito da minha linhagem: “Sou um Sharif ou não?”(…) Respondeu então o Profeta: “Sois meu filho, sois meu filho” repetindo três vezes.”
De acordo com Sidi Ahmad Sukayrij, Esta é a linhagem do Sheikh:
O conhecedor de seu Senhor, o Pólo senhorial, o sustento intemporal, nosso senhor Abu-l-ʿAbbas Ahmad ibn Mahammad ibn al-Mukhtar ibn Ahmad ibn Muḥammad ibn Salim ibn Abi-l-ʿId ibn Ahmad ibn Ahmad ibn ʿAli ibn ʿAbd Allah ibn al-ʿAbbas ibn ʿAbd al-Jabbar ibn Idris ibn Idris ibn Ishaq ibn Zayni-l-ʿAbidin ibn al-ʿArif bi-Llah Sidi Aḥmad ibn Muḥammad an-Nafs az-Zakiyya ibn ʿAbd Allah al-Kamil ibn al-Hassan al-Mutanna ibn al-Hassan as-Sibt ibn ʿAli – que Allah enobreça a sua face! – de nossa senhora Faṭima az-Zahraʾ filha de nosso senhor o Mensageiro de Allah.
Durante sua infância vários sinais indicavam o proeminente futuro do nosso Sheikh. Certa vez, ao sair da escola viu uma grande luz subindo para o céu e, então, o Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) apareceu e o encorajou dizendo: “Continue, pois você está na verdade”. Algumas vezes a criança tinha sonhos sugestivos de seu destino futuro – certa vez, teve um sonho onde se viu em um trono comandando um multidão de criaturas; em um outro sonho viu o Profeta (que as bencaos e a paz de Allah estejam sobre ele) cavalgando em uma montanha enquanto ele, o Sheikh, o seguia de perto, então o Profeta desceu para o campo e foi rezar mas o Sheikh só pode se juntar a oração a partir da segunda raka’at (ciclo de oração) e o Sheikh entendeu que só alcançaria suas aspirações na segunda parte de sua vida.
Seus estudos e sua aspiração espiritual
Sheikh Ahmad al-Tijani seguiu a tradição de estudos de sua família. A obra Magna da Tariqa Tijani, intitulada Jawahir al-Ma’ani, o descreve como um jovem de inteligência poderosa, de tal modo que nada escapou a sua compreensão.
No vilarejo de ‘Ain Madhi, as únicas distrações acessíveis à criança eram o estudo do Qur’an (Alcorão), do árabe e da álgebra, de tal modo que aos sete anos o nosso Sheikh concluiu a memorização do Qur’an sob a tutela do erudito Mouhamed Ibn Hamou Tijani. Em seguida, passou a se dedicar aos estudos das ciências islâmicas tradicionais, como a jurisprudência islâmica (fiqh) os fundamentos da jurisprudência islâmica (usul al-fiqh), as narrações e tradições proféticas (ahadith), a interpretação do Alcorão (tafsir), a recitação do Alcorão (tajwid), a gramática árabe (nahw) dentre outros ramos. No campo do fiqh (jurisprudência islâmica), o Sheikh estudou vários tratados clássicos de jurisprudência, como o Mukhtasar de Sidi Khalil, a Risala ila al-sufiyya, de Abu al-Qasim al-Qushayri, a Muqaddima de Ibn Rushd e o Kitab al-‘Ibada de al-Akhdari sob a tutela de Sidi Mabruk Ibn Ba’afiyya Midawi al-Tijani.
De acordo com a obra Jawahir al-Ma’ani, aos vinte anos o Sheikh se tornou um grande erudito, tornando-se um Mufti (alguém habilitado para emitir decisões judiciais, no campo da jurisprudência islâmica). Sobre sua capacidade de aprender em idade precoce, o Jawahir al-Ma’ani traz a seguinte declaração do Sheikh:
“Quando eu começo algo, nunca me afasto disso”.
Em 1166 da Hégira (1752/53 d.C), um trágico evento marcaria a vida de Seiydina Sheikh Ahmad Tijani, uma epidemia de peste o deixaria órfão de pai e mãe no mesmo dia, quando tinha apenas 16 anos de idade. Isso, contudo, não afetou sua ânimo e o Sheikh continuou seus estudos com cada vez mais determinação.
Sua sede por mais conhecimento o levou a deixar a Argélia em 1171 da Hijra (correspondente ao ano de 1758 d.C) com destino a Fez, no Marrocos, uma cidade com ampla tradição intelectual e espiritual. Em Fez, além de continuar seus estudos de ahadith, fez contato com pessoas de conhecimento e santidade. Do Sheikh Al-Tayyib bin Muhammad al-Sharif de Wazan (falecido em 1180 da Hégira/1767 d.C.), líder da tariqah Wazzaniya, recebeu a permissão a Tijani para dar instrução espiritual; de Sidi Ahmad al-Yemeni, Sheikh Tijani recebeu a iniciação na tariqah Qadiriyya, e de Abu Abdullah Sidi Muhammad al-Tizani ele recebeu a iniciação na tariqah Nasiriya. Por sua vez, seu professor Sidi Abdullah bin ‘Arabi al-Mada’u (falecido em 1188 da Hijra) ficou tão impressionado com o Sheikh Ahmad al-Tijani que lhe disse que Allah o guiava pela mão e Sidi Ahmad al-Tawash (falecido em 1204 da Hijra) lhe predisse uma elevada realização espiritual. Ele também recebeu a iniciação na tariqa de Abu Abbas Ahmad al-Habib al-Sijilmasy (falecido em 1165 da Hijra), que veio até ele em um sonho, colocou sua boca na dele e lhe ensinou um nome secreto. Por fim, vale citar que Sidi Muhammad al-Wanjili (falecido em 1185), um homem conhecido por sua santidade, previu para ele um maqam (estação espiritual) de Qutbaniyya (polo espiritual) semelhante ao do Sheikh Abu al-Hasan al-Shazili (fundador da tariqah shaziliyyah).
Certa vez, Seydina Sheikh Ahmad Tijani viu em sonho o grande Wali e Poloe de seu tempo, o Ghawth Sidi Abu Madyan (que Allah esteja satisfeito com ambos), em uma assembléia onde disse:
“Quem me der algo, eu darei [em troca] o que ele pedir.”
Seiydina disse a ele então:
“Eu lhe dou quatro mithqal (moedas) e me garanta a Qutbaniya el-‘azima (polo supremo), ao que ele respondeu:
“Sim, eu garanto e você não vai morrer até que obtenha.”
Esse sonho foi confirmado por um homem conhecido por ver seres espirituais (ruhani) no estado de vigília e os seres informavam aquilo que ele deseja saber. Ao se encontrar com esse homem pela primeira vez, Seiydina Sheikh lhe perguntou:
“Eu escondi algo em meu coração, diga-me o que é?”
Quando o homem perguntou aos ruhani, eles disseram que Seiydina Ahmad Tijani se referia à Qutbaniyah. Foi então que o homem notou a presença de alguém ao lado das entidades espirituais, que lhes disse:
“Quem permitiu que vocês falassem sobre esse assunto?”
E os Ruhani responderam: “É ele quem questiona sobre isso”, a pessoa então lhes disse:
“Esta Qutbaniya, fui eu quem a garanti em Tlemcen antes da sua partida. Ele não morrerá sem tê-la alcançado. Portanto, não interfiram nisso, nem você nem os outros”.
Tal pessoa que apareceu ao lado dos ruhani era o mesmo Sidi Abu Madyan, que o Sheikh vira em seu sonho.
O Jawahir al-Ma’ani narra que o Sheikh Ahmad Tijani passou algum tempo no deserto juto à zawiya do famoso Qutb Sidi Abd al-Qadir bin Muhammad al-Abyad e, então, dedicou-se a ensinar a exegese do Alcorão (tafsir) e a Ciência do Hadith, pelas cidades em que passava.
Seu Hajj
No ano de 1186 da Hijra, aos 36 anos, nosso senhor o Sheikh Ahmad al-Tijani, partiu como um peregrino para Meca.
Ao passar pela capital argelina, recebeu a iniciação na tariqa khalwatiyya, das mãos do Sheikh al-Azhar Muhammad al-Hifni, vindo a se encontrar posteriormente com proeminentes fuqarah khalwati, como o famoso Wali, o majestoso Mestre e Conhecedor Perfeito Sidi Mahmud al-Kurdi, enquanto passava pelo Egito. Nesse encontrou Sidi Mahmud al Kurdi questionou Seiydina Sheikh Ahmād al-Tijāni sobre suas ambições, ao que este respondeu:
” Meu objetivo é alcançar o grau de Polo Supremo.”(al-Qutbaniyyah al-‘Azima).
O famoso Mestre então afirmou:
“Ó! Meu amigo, o Altíssimo tem muito mais coisas reservadas para você do que isso.”
Sabe-se que, em seguida, chegou à Tunísia onde se encontrou com o Sidi Abd al-Samad al-Ruhwij; em sua passagem por Tunez, lecionou o Kitab al-Hikam de Ibn Ata’Illah para os estudantes da Universidade de Zaytuna.
Seiydina Sheikh Ahmad Tijani chegou à Meca no ano seguinte ao início de sua peregrinação e realizou o Hajj conforme as ordens de Allah. Em Meca teve a oportunidade de se encontrar com o santo Sidi Ahmad ibn Abdullah al-Hindi, que a ele se dirigiu com a seguinte mensagem: “Você é o herdeiro de meus conhecimentos, segredos, dons e luzes”, e o incitou a visitar o Qutb (Pólo) Muhammad al-Samman, que residia em Medina.
Em Medina, Sheikh Ahmad Tijani realizou a ziyara ao túmulo do Amado Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e, como indicado por al-Hindi, foi visitar Sidi Sheikh Muhammad Abd al-Karim al-Samman, um membro da tariqa khawlati que recebeu ijaza mutlaq (permissão completa) de Mustafa al-Bakri. Sheikh al-Samman informou a Sheikh Ahmad Tijani que ele seria o Qutb al-Jami’ (O Pólo Abrangente).
Em seu retorno , Sheikh Ahmad Tijani visitou uma segunda vez o Egito, e muitos sábios foram com ele se encontrar. Lá, recebeu de al-Kurdi a autorização para ser muqaddam khalwati e espalhar a tariqa na África do Norte.
Seu encontro com o Profeta (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele)
Foi no ano de 1196 da Hijra (correspondente ao ano de 1784 d.C), na cidade argelina de Abu Semghun, localizada no deserto do Saara, que Seiydina Sheikh Ahmad Tijani teve a Grande Abertura Espiritual (al-Fath al-Akbar) e recebeu sua iniciação diretamente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele).
Em plena luz do dia, enquanto o Sheikh se achava acordado, o Amado Mensageiro de Allah se apresentou e disse:
“A partir de agora eu sou o teu iniciador, teu Mestre, nenhum ser humano pretenderá ser teu iniciador. Deves, pois, abandonar tudo o que colheste anteriormente das outras vias. Ninguém te reprovará em nada, já que sou o teu intermediário ante Allah e o teu apoio”.
Assim , o Sheikh Ahmad Tijani recebeu a Via espiritual diretamente do Profeta Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), tendo, igualmente, recebido o wird e a permissão para dar treinamento espiritual (tarbiyah). Logo, o Profeta lhe transmitiu o wird e as invocações próprias de sua Via, bem como as condições que deve aceitar todo aspirante a essa Nobre Tariqa, acrescentando:
“Mantenha-te nesta Tariqa sem se isolar do mundo. Não rompas as tuas relações com as pessoas, até que alcances a estação espiritual que te está prometida. Mantenha-se em teu estado espiritual sem grande fadiga , dificuldade ou esforço excessivo. A partir de agora, renuncie a todos os Santos”.
Desta forma, a Tariqa do Sheikh Ahmad Tijani – conhecida como Tariqa Tijaniya – nada mais é do que a própria Tariqa Muhammadiya, a Via Espiritual transmitida diretamente pelo Amado Mensageiro de Allah (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) e Sheikh Ahmad Tijani é o seu muqaddam e khalifa. É a tariqa Ahmadiya-Muhammadiya-Ibrahimiya-Hanifiya e as virtudes ligadas ao caminho do Profeta e seu Khalifa Sidi Ahmad Tijani são inúmeras.
Foi também o Profeta Seiydina Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele) que lhe informou diretamente que ele é o polo oculto (al-Qutb al-Maktum), o selo dos santos (al-Khatm al-Awliyah), aquele “por meio do qual todos os santos, sem estarem cientes disso, recebem o influxo dos Profetas”. Sobre seu estado espiritual o Sheikh declarou: “Todo santo bebe apenas do nosso mar desde a criação até a ressurreição” e, também, “Todos os Sheikhs aprenderam de mim o incognoscível… Eu sou o senhor dos santos, como Muhammad é o senhor dos Profetas” e ainda: “Abd al-Qâdir al-Jilânî disse: ‘o meu pé está sobre o pescoço de cada santo’, ele se referia aos dos de seu tempo. Quanto ao meu, está sobre pescoço de cada santo desde Adão até o julgamento final”.
Por 13 anos Seiydina Sheikh permaneceu em Abu Semghun, propagando a tariqa. Nesse período vieram pessoas de diversos países, atraídas pela baraka (benção espiritual) que o Profeta lhe havia confiado.
Anos depois, Sheikh Ahmad Tijani (que Allah santifique o seu precioso segredo) fixou sua residência em Fez, no Marrocos. Sua chegada foi marcada por uma recepção preparada especialmente pelo Sultão Mawlay Sulayman, que enviou uma delegação de eruditos ao seu encontro. Em seguida estabeleceu-se uma profunda relação entre ambos e o Sheikh foi indicado para o conselho de eruditos
Nosso amado Sheikh faleceu em uma quinta-feira, dia 17 de Shawwal de 1230 da Hijra (1815 d.C.), aos 80 anos de idade, após ter realizado a Oração do Fajr, seu foi enterrado em seu jardim que posteriormente foi incorporado à Grande Zawiya.
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