Design sem nome (55)
Design sem nome (55)

Uma breve biografia

Em nome de Allah, o mais ampla e profundamente Misericordioso. Que Allah envie orações, paz e bênçãos sobre o Nosso Mestre, o nosso Amado, o nosso Intercessor Muhammad, e sobre a sua Família, os seus Companheiros e todos que os seguem bem até o Último Dia.

O seu nascimento e criação

37694196 10156631624664954 4399942644675903488 n Alfityanu Siddiq Brasil - Sheikh Mahi CisseO Sheikh Ibrahim Niasse (que Allah esteja satisfeito com ele) nasceu numa quinta-feira, 15 de Rajab de 1320 A.H. (outubro de 1902), em Tayba, que é um pequeno vilarejo perto de Caulaque (Kaolack/ Kawlax) no Senegal. Ele cresceu sob os cuidados do seu pai, o grande erudito e guerreiro al-Hajj ‘Abdullahi ibn Muhammad ibn Mademba (que Allah esteja satisfeito com ele). Recitou o Alcorão com ele até que o memorizasse fluentemente na recitação warsh, e então prosseguiu aprendendo as diferentes ciências sagradas. A sua aspiração elevada e envolvimento consistente sincero na busca do conhecimento o propeliu a se tornar profundamente versado em todos os ramos das ciências sagradas, manifestas e ocultas. O seu pai foi o seu único professor.

A sua superioridade tornara-se clara quando ele ainda era jovem. Quando jovem,  ganhou distinção no seu conhecimento do comentário do Alcorão e de todas as suas ciências relacionadas, assim como na ciência do hadith, jurisprudência (fiqh), os fundamentos da jurisprudência (usul al-fiqh), ciências linguísticas e sufismo (tasawwuf). Tornou-se uma autoridade em todas essas ciências, e antes de atingir a idade de 30 anos estava beneficiando a muitos – gente de todos os tipos de países, árabes e não árabes, veio para beber do seu conhecimento. Sábios vieram diante da comunidade dos muçulmanos dobrando os seus joelhos na sua presença, bebendo das pérolas do seu conhecimento, ansiando por conhecimento das grandezas espirituais e de como disciplinar e purificar a ego. Para eles, ele era um oceano sem litoral, uma fonte de água doce que nunca seca, um ponto focal de compreensão que fizera os grandiosos parecerem pequenos em comparação.

A sua pregação

O Sheikh Ibrahim (que Allah esteja satisfeito com ele) ocupava-se orientando, ensinando e refinando a humanidade, e a aldeia que ele fundou, Medina Baye — localizada logo saindo de Caulaque—tornou-se um farol de conhecimento e retificação.

Mas o chamado do Sheikh Ibrahim não parou aqui; ele viajou pela África, pelas terras islâmicas e por muitos outros países, promovendo a religião de Allah, chamando ao Islã com belas palavras e divulgando o seu conhecimento entre as massas, debatendo com eruditos para dar e receber benefícios.

Ele visitou diferentes centros de conhecimento e de Islam, incluso a Mauritânia, Marrocos, Tunísia, Al-Azhar no Egito, o Hijaz na Arábia Saudita, Paquistão, Índia e China, e pertenceu a várias organizações mundiais dedicadas à promoção do Islam. Foi o vice-presidente e mais tarde presidente do World Muslim Congress [Congresso Islâmico Mundial] em Caráchi, um membro fundador da Muslim World League [Liga Islâmica Mundial], um presidente fundador da African Union’s Organization of Preachers of Islam [Organização de Pregadores do Islã da União Africana], um membro fundador da Federation of the Universities of the Islamic World [Federação das Universidades do Mundo Islâmico] em Rabate, um membro do Conselho Supremo dos Assuntos Islâmicos no Cairo, um membro da Academia Islâmica de Pesquisa no Cairo e um membro do Alto Conselho Islâmico na Argélia, assim como servindo em outras organizações.

Os objetivos de se chamar a Allah, de acordo com o Sheikh Ibrahim 

Numa entrevista que ele deu para o jornal saudita “Al-Bilad Daily” nos anos 70, o Sheikh Ibrahim articulou os objetivos dos seus esforços mundiais:

  • Chamar os não muçulmanos a entrar na Religião de Allah e a abandonarem o politeísmo e outras práticas religiosas falsas;
  • Esforçar-se para elevar a consciência dos muçulmanos, aconselhá-los, guiá-los e aumentar a sua fé;
  • Empregar toda a energia possível em propagar o Alcorão e a língua do Alcorão;
  • Chamar para aprofundar-se o sentimento de fraternidade islâmica;
  • Conectar-se a pregação com movimentos e organizações islâmicas mundiais;
  • Neutralizar as forças que visam corromper muçulmanos, tal como movimentos cristãos evangélicos e sionismo velado.

O seu status elevado no mundo islâmico

O Sheikh Ibrahim foi conhecido como uma pessoa de conhecimento por todo o mundo islâmico. Foi honrado e distinguido em todos os tipos de países islâmicos e visitou quase todos eles, assim como comunidades islâmica em outros países. Encontrou com os eruditos muçulmanos do seu tempo e tinha relações benéficas mútuas com eles.

Um dos países que ele mais visitou foi a Arábia Saudita, onde ele fez a peregrinação (hajj) à Casa Sagrada de Allah (a Ka’aba) dúzias de vezes. Também visitou o Cairo dez vezes. Ele tinha conexões fortes com os líderes da Universidade de Al-Azhar, tais como o Shaikh Mahmûd Shaltut e o Shaikh Dr. ‘Abd al-Halîm Mahmûd, ambos ex-presidentes de Al-Azhar. Os eruditos de Al-Azhar o honraram dando-lhe o título de “Sheikh al-Islam”. É dito que foi o Sheikh Shaltut quem lhe deu esse título.

Eles lhe honraram mais uma vez requerendo-lhe que liderasse a reza coletiva de sexta-feira (Salat al-Jumu’a) em Al-Azhar, no mês de safar, 1381 A.H. (21 de julho de 1961), e ele foi o primeiro africano negro a ter essa honra. Depois da reza, o Sheikh Muhammad al-Ghazali comentou sobre o sermão (khutba) do Sheikh Ibrahim, dizendo:

“Temos segurança sobre o futuro do mundo islâmico enquanto houver semelhantes ao nosso convidado eminente, Sheikh al-Islam Ibrahim, entre os muçulmanos”.

Os alunos do Sheikh Ibrahim

O número dos seguidores do Sheikh Ibrahim em diferentes partes da África e em outros lugares foi estimado por volta de 30 milhões. Isso inclui um grande número de mauritanos de linhagem nobre profética e de famílias conhecidas pela sua estima, conhecimento e retidão moral. Na vanguarda destes tínhamos: Sheikh Muhammad al-Nahwi, Sheikh Sheikhani ibn Muhammad ibn al-Tulba, Sheikh al-Hadi ibn al-Sayyid ibn Sidi Maulud Fall, Sheikh Muhammad al-Mishri ibn ‘Abdallah ibn al-Hâjj, Sheikh ‘Abdullah al-Jaijabi, Sheikh Muhammad ibn Ahmad al-Tulba, Sheikh Muhammad al-Amin al-Jakani, Sheikh Wijah ibn al-Rabbani, Sheikh ‘Abdullah Sakho, Sheikh ‘Abdullah Jâ e Sheikh Muhammad al-Hassan ibn Ahmad al-Khadim.

A sua habilidade para falar a verdade

O Sheikh Ibrahim tinha laços com o ex-presidente Gamal Abdel Nasser e o encontrou várias vezes. Depois da derrota árabe em junho de 1967, o Sheikh Ibrahim mandou uma carta ao Presidente Abdel Nasser, na qual elucidava-lhe o que fazer em seguida para alcançar a vitória.

Dizia na carta: “Está sobre nós seguirmos a linha da vitória mostrada por ‘Ó fiéis, se socorrerdes a Allah, Ele vos socorrerá e firmará os vossos passos.’ (Alcorão 47:7) e ‘E apegai-vos, todos, ao vínculo com Allah e não vos dividais’ (Alcorão 3:103). Então tema a Allah, meu irmão… e siga o caminho do seu comandante supremo, o Nosso Mestre Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), que diz: ‘O meu Senhor me deu uma lição de boas maneiras, e aperfeiçoou as minhas maneiras,’ e cujo caráter era o Alcorão. ‘E abaixa as tuas asas para aqueles que te seguirem, dentre os fiéis.’ (Alcorão 26:215). ‘Pela misericórdia de Allah, foste gentil para com eles; porém, tivesses tu sido insociável ou de coração insensível, eles se teriam afastado de ti. Portanto, indulta-os, implora o perdão para eles e consulta-os nos assuntos (do momento).’ (Alcorão 3:159). Viaje nesta linha sobre a qual a própria vitória viaja… e você deve ficar diante da porta de Allah em fervente necessidade e súplica.”

O Sheikh Ibrahim e o Nobre Alcorão

O Sheikh Ibrahim pôs uma grande importância em memorizar, estudar e explicar o Nobre Alcorão, assim como em criar gerações sobre ele. Ele deu uma explicação disso várias vezes em árabe e na língua local senegalesa do wolof.

Ele costumava encorajar os seus filhos e discípulos a memorizar o Alcorão em tenra idade, e em ser consistente em recitá-lo durante a noite e nos extremos do dia, como era o seu costume. Costumava completar a leitura de um Alcorão inteiro pelo menos duas vezes por semana — ele lia um sétimo todo dia, e então memorizava de noite o que lera durante o dia.

O Sheikh Ibrahim fundou um número de escolas para memorizar o Alcorão, nas quais senegaleses, mauritanos e egípcios al-azharis ensinavam.

Ele disse sobre isso, num verso de poesia:

Faça a memorização do Seu Nobre Livro

O meu milagre até o grande encontro com Você

O Sheikh Ibrahim e o árabe

O Sheikh Ibrahim tinha o árabe em alta conta. Um dos sinais mais importantes disso era a sua recusa de mandar os seus filhos para a escola francesa durante a destrutiva ocupação francesa, apesar da pressão que era posta sobre ele pelos franceses. Mandou os seus filhos para a estimada Universidade de al-Azhar, de onde saíram graduados como pregadores do Islam ve professores.

O Sheikh Ibrahim fundou um instituto para o ensino do árabe e das ciências sagradas na sua aldeia, para a qual ele convocou delegações de professores de al-Azhar. Esse instituto continuou a dar e divulgar o conhecimento do árabe, com gerações após gerações se graduando ali. Nestes dias, os filhos e netos do Sheikh Ibrahim que se encarregam dali, e eles têm uma delegação educacional da Mauritânia, que consiste de vários professores ensinando em diferentes níveis.

  

O Sheikh Ibrahim e a Lei dos Estatutos Pessoais no Senegal

Por causa do seu vasto conhecimento, os sábios do Senegal escolheram o Sheikh Ibrahim para escrever um relatório para o governo no qual ele articulou a sua visão quanto à lei de estatutos pessoais, a qual o governo havia preparado e requereu as opiniões dos sábios sobre isso.

O Sheikh Ibrahim escreveu um relatório sobre a lei, no qual expusera um número de comentários. O mais importante é que ele notou que a lei continha seções e assuntos relacionados a casamento, divórcio, gravidez, herança e a determinação de linhagem, que são assuntos que foram descritos em detalhes pela Lei Sagrada Islâmica duma maneira tal que nenhum detalhe além poderia ser dado e que não deixa necessidade de que se desenvolva mais além — logo, um muçulmano não é permitido nesses assuntos a deixar as quatro fontes famosas e reconhecidas da Lei Sagrada Islâmica: O Livro de Allah, a Sunnah do Profeta (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), o consenso dos sábios e a analogia legal. O artigo também requereu que o governo senegalês traduzisse a lei na íntegra para o árabe, para que os sábios pudessem vê-la e estudá-la.

O Sheikh Ibrahim na mídia árabe

A mídia árabe deu especial atenção à vida e atividade missionária do Sheikh Ibrahim. Vários jornais lançaram entrevistas com ele e prepararam artigos e relatórios sobre ele e sobre a sua escola, o seu sufismo e o seu status entre os muçulmanos na África Ocidental e além.   

Algumas das publicações que escreveram sobre o Sheikh Ibrahim, a sua vida e a sua atividade missionária foram al-Azhar Magazine, al-Mussawar Magazine, al-Ahram, Al-Messa, Akher Saa, al-Akhbar Rosa el-Youssef no Egito, al-Anba no Marrocos, al-Bilad na Arábia Saudita e el-Shaab na Mauritânia. O último relatório sobre o Sheikh Ibrahim foi publicado por al-Ahram no Egito, em 27 de dezembro de 1999. O Sheikh Ibrahim foi o único líder religioso africano negro a ter um arquivo especial junto a al-Ahram.   Estações de rádio árabes também deram atenção ao seu trabalho, e fizeram várias entrevistas com ele, tal como a entrevista que ele deu à Egyptian Radio em 16 de março de 1961.

Os seus escritos

O Sheikh Ibrahim escreveu vários livros benéficos sobre sufismo, o caminho espiritual, jurisprudência e língua, tais como:

  • Kashif al-Ilbas [A Remoção da Confusão (Quanto à Efusão do Selo da Santidade Ahmād al-Tijāni)]
  • Rūh al-Adab [O Espírito da Boa Moral]
  • O Caminho da Paz Quanto a Manter um Patamar Espiritual
  • Presente para os Moradores da Cidade Quanto ao Ritos do Hajj — Particularmente de Avião
  • As Estrelas de Orientação Quanto ao Nosso Profeta Ser o Melhor a Chamar para Allah e Guiar
  • A Prova Decisiva Quanto à Emissão do Alcorão pelo Rádio Ser Permitida
  • A Remoção da Culpa daqueles que Elevam as Suas Mãos e as Cruzam na Reza Imitando o Mestre dos Seres
  • O Presente às Crianças Quanto às Realidades das Ações.

Ele também escreveu diversas antologias poéticas, a maioria das quais em elogio ao Profeta.

O que as pessoas de conhecimento disseram sobre ele

Como citado acima, o grande pregador Muhammad al-Ghazali disse: “Temos segurança sobre o futuro do mundo islâmico enquanto houver semelhantes ao nosso convidado eminente, Sheikh al-Islām Ibrahīm, entre os muçulmanos”.

O eminente sábio iraquiano Sheikh Muhammad Mahmud al-Sawwāf disse: “O Sheikh Ibrahim Niasse é o maior dos sábios desta região — de fato, ele é o homem forte que permanece firme face a todas as correntes que vão contra o Islam. Ele tem um patamar grandioso e uma influência vasta entre os senegaleses e outras populações islâmicas, e muitas vieram ao Islam através das suas mãos.”

O sábio egípcio de hadith Sheikh Muhammad al-Hafiz disse, depois de mencionar várias descrições do Sheikh Ibrahim: “Para ser conciso, ele é a luz da sua era.”

O que disseram em elogio a ele

O nobre sábio Sheikhani ibn Muhammad al-Tulba disse num poema no qual ele elogia o Sheikh Ibrahim:

Aparecera um sol na noite cujo nascer é boa sorte

Enquanto não é assunto do sol aparecer à noite?

 

Ou recebêramos água das nuvens chuvosas normalmente induzida pelo relâmpago

Enquanto não tememos delas nem relâmpago, nem trovão?

 

Ou será que o Sheikh da era lograra guiar a todos

Todas as pessoas, brancas e negras?

 

O grande sábio Muhammad ‘Abd al-Rahman ibn al-Salik ibn Bab al-‘Alawi disse:

Você é vindo de um povo que é o povo sobre o qual

As alturas foram erigidas, sobre firmes fundações

E daqueles cujo conhecimento é grandioso demais para

Papel e caneta e fôlegos de homens

Basta a você que Allāh o vestisse com o temor d’Ele

E o temor de Allah é a melhor das vestimentas

O líder dos gnósticos, Sheikh Muhammad al-Mishri, disse:

Pela sua vida, nem o sol no seu zênite no início da tarde

Nem a lua cheia na noite mais brilhante do mês

É mais límpido, ou mais elevado, ou tem um patamar mais perfeito

Do que o Sheikh, seja no tempo ou espaço

Descrevendo-o em outro poema, diz:

Aqueles que descrevem não podem descrevê-lo

As suas boas qualidades tão exaltadas, elogiá-lo devidamente é raro

O professor da geração, o grande sábio Sheikh Muhammad Fall “Bah” ibn ‘Abdallah disse:

De Ibrahim, a Casa Sagrada, e o lugar de Sa’y eu pastei

Nos jardins de gnose, o pasto mais doce

Continua:

Ele tinha um escrúpulo que tornou o recomendado obrigatório

Assim como tornou os assuntos detestáveis, por escrúpulo, proibidos

A sua exortação, seja para tocar uma rocha firme

Por causa da sua própria força a rocha firme choraria

Ó leitor do Alcorão, que aperfeiçoa a sua arte

E o lê em décimos e o lê em sétimos

 Continua:

E você renovou o conhecimento da lei sagrada depois de ela ter sido destruída

Quando a escuridão da ignorância quase eclipsara a lei sagrada

Pois Allah tem versículos cujos segredos foram velados

Mas agora foram descobertos para nós na sua própria glória

Você é uma lua cheia, que nunca percamos a sua iluminação

E você se destaca como um número singular para o qual não se acha par

A sua passagem

Ele faleceu — que Allah tenha misericórdia dele — aos 15 de Rajab de 1395 A.H. (julho de 1975), em Londres, onde estava buscando tratamento. O Senegal e a África tremeu diante da sua morte. Foi enterrado na cidade que fundara, conhecida como Medina Baye, fora de Caulaque no sudeste senegalês, e o seu funeral solene foi assistido por uma inumerável quantidade de pessoas.

Ele investiu a sua vida pregando, promovendo o Islã, divulgando conhecimento, guiando a humanidade e esforçando-se para trazer a vitória para as causas dos muçulmanos, especialmente no assunto da Palestina, e era um forte oponente da penetração de Israel na África. Deixou para trás uma escola de pregação que irradiou a luz do Islã em todas as áreas do mundo.

O Sheikh Ibrahim  era um Sūfi que se apegou firme ao Livro de Allah e à Sūnna do Seu Profeta, e foi um dos mais importantes mestres espirituais da Tarīqa Tijaniya na África no século XX. Se as pessoas reclamavam com ele sobre as transgressões dalguns daqueles que alegavam ser Sûfis, ele repetia as famosas palavras do seu Sheikh, o Sheikh Sidi Ahmad al-Tijani (que Allāh esteja satisfeito com ele), fundador da Tariqa Tijaniya: “Se você ouvir algo sobre mim, pese-o na balança da nossa lei sagrada — se estiver de acordo com ela, então aja sobre isso, mas se for contra ela, então deixe-o.”

Os objetivos da vida do Sheikh Ibrahim poderiam talvez serem todos resumidos em uma linha da sua poesia:

Quero agradar ao Criador concedendo a vitória à Sua religião

E estabelecer um exemplo para a próxima geração

Em outra linha de poesia, ele exibiu o seu comprometimento em seguir o Profeta (que as bênçãos e a paz estejam sobre ele) e nunca desviar do seu exemplo:

Quando o Melhor da Criação caminha eu caminho atrás dele

E se ele para, então eu paro também

Que Allah derrame a sua vasta misericórdia sobre o Sheikh al-Islam Ibrahim Niasse  e lhe conceda um lugar de descanso no mais amplo dos Seus jardins, com os profetas, os sinceros, os mártires e os retos.

Texto escrito por al-Hadi ibn Muhammad al-Mukhtar al-Nahwi (Mauritânia)
Traduzido do árabe ao inglês por 
Adnan Wood-Smith (EUA)

 

Traduzido ao português por: Ya’qûb ‘Abd al-Jabbâr Ghîmârâish (al-Brâzîli al-Tijâni)

 

Fonte: https://bayeniasse.blogspot.com/2018/07/shaykh-ibrahim-niasse-his-life-wisdom.html

Uma breve biografia

Em nome de Allah, o mais ampla e profundamente Misericordioso. Que Allah envie orações, paz e bênçãos sobre o Nosso Mestre, o nosso Amado, o nosso Intercessor Muhammad, e sobre a sua Família, os seus Companheiros e todos que os seguem bem até o Último Dia.

O seu nascimento e criação

37694196 10156631624664954 4399942644675903488 n Alfityanu Siddiq Brasil - Sheikh Mahi CisseO Sheikh Ibrahim Niasse (que Allah esteja satisfeito com ele) nasceu numa quinta-feira, 15 de Rajab de 1320 A.H. (outubro de 1902), em Tayba, que é um pequeno vilarejo perto de Caulaque (Kaolack/ Kawlax) no Senegal. Ele cresceu sob os cuidados do seu pai, o grande erudito e guerreiro al-Hajj ‘Abdullahi ibn Muhammad ibn Mademba (que Allah esteja satisfeito com ele). Recitou o Alcorão com ele até que o memorizasse fluentemente na recitação warsh, e então prosseguiu aprendendo as diferentes ciências sagradas. A sua aspiração elevada e envolvimento consistente sincero na busca do conhecimento o propeliu a se tornar profundamente versado em todos os ramos das ciências sagradas, manifestas e ocultas. O seu pai foi o seu único professor.

A sua superioridade tornara-se clara quando ele ainda era jovem. Quando jovem,  ganhou distinção no seu conhecimento do comentário do Alcorão e de todas as suas ciências relacionadas, assim como na ciência do hadith, jurisprudência (fiqh), os fundamentos da jurisprudência (usul al-fiqh), ciências linguísticas e sufismo (tasawwuf). Tornou-se uma autoridade em todas essas ciências, e antes de atingir a idade de 30 anos estava beneficiando a muitos – gente de todos os tipos de países, árabes e não árabes, veio para beber do seu conhecimento. Sábios vieram diante da comunidade dos muçulmanos dobrando os seus joelhos na sua presença, bebendo das pérolas do seu conhecimento, ansiando por conhecimento das grandezas espirituais e de como disciplinar e purificar a ego. Para eles, ele era um oceano sem litoral, uma fonte de água doce que nunca seca, um ponto focal de compreensão que fizera os grandiosos parecerem pequenos em comparação.

A sua pregação

O Sheikh Ibrahim (que Allah esteja satisfeito com ele) ocupava-se orientando, ensinando e refinando a humanidade, e a aldeia que ele fundou, Medina Baye — localizada logo saindo de Caulaque—tornou-se um farol de conhecimento e retificação.

Mas o chamado do Sheikh Ibrahim não parou aqui; ele viajou pela África, pelas terras islâmicas e por muitos outros países, promovendo a religião de Allah, chamando ao Islã com belas palavras e divulgando o seu conhecimento entre as massas, debatendo com eruditos para dar e receber benefícios.

Ele visitou diferentes centros de conhecimento e de Islam, incluso a Mauritânia, Marrocos, Tunísia, Al-Azhar no Egito, o Hijaz na Arábia Saudita, Paquistão, Índia e China, e pertenceu a várias organizações mundiais dedicadas à promoção do Islam. Foi o vice-presidente e mais tarde presidente do World Muslim Congress [Congresso Islâmico Mundial] em Caráchi, um membro fundador da Muslim World League [Liga Islâmica Mundial], um presidente fundador da African Union’s Organization of Preachers of Islam [Organização de Pregadores do Islã da União Africana], um membro fundador da Federation of the Universities of the Islamic World [Federação das Universidades do Mundo Islâmico] em Rabate, um membro do Conselho Supremo dos Assuntos Islâmicos no Cairo, um membro da Academia Islâmica de Pesquisa no Cairo e um membro do Alto Conselho Islâmico na Argélia, assim como servindo em outras organizações.

Os objetivos de se chamar a Allah, de acordo com o Sheikh Ibrahim 

Numa entrevista que ele deu para o jornal saudita “Al-Bilad Daily” nos anos 70, o Sheikh Ibrahim articulou os objetivos dos seus esforços mundiais:

  • Chamar os não muçulmanos a entrar na Religião de Allah e a abandonarem o politeísmo e outras práticas religiosas falsas;
  • Esforçar-se para elevar a consciência dos muçulmanos, aconselhá-los, guiá-los e aumentar a sua fé;
  • Empregar toda a energia possível em propagar o Alcorão e a língua do Alcorão;
  • Chamar para aprofundar-se o sentimento de fraternidade islâmica;
  • Conectar-se a pregação com movimentos e organizações islâmicas mundiais;
  • Neutralizar as forças que visam corromper muçulmanos, tal como movimentos cristãos evangélicos e sionismo velado.

O seu status elevado no mundo islâmico

O Sheikh Ibrahim foi conhecido como uma pessoa de conhecimento por todo o mundo islâmico. Foi honrado e distinguido em todos os tipos de países islâmicos e visitou quase todos eles, assim como comunidades islâmica em outros países. Encontrou com os eruditos muçulmanos do seu tempo e tinha relações benéficas mútuas com eles.

Um dos países que ele mais visitou foi a Arábia Saudita, onde ele fez a peregrinação (hajj) à Casa Sagrada de Allah (a Ka’aba) dúzias de vezes. Também visitou o Cairo dez vezes. Ele tinha conexões fortes com os líderes da Universidade de Al-Azhar, tais como o Shaikh Mahmûd Shaltut e o Shaikh Dr. ‘Abd al-Halîm Mahmûd, ambos ex-presidentes de Al-Azhar. Os eruditos de Al-Azhar o honraram dando-lhe o título de “Sheikh al-Islam”. É dito que foi o Sheikh Shaltut quem lhe deu esse título.

Eles lhe honraram mais uma vez requerendo-lhe que liderasse a reza coletiva de sexta-feira (Salat al-Jumu’a) em Al-Azhar, no mês de safar, 1381 A.H. (21 de julho de 1961), e ele foi o primeiro africano negro a ter essa honra. Depois da reza, o Sheikh Muhammad al-Ghazali comentou sobre o sermão (khutba) do Sheikh Ibrahim, dizendo:

“Temos segurança sobre o futuro do mundo islâmico enquanto houver semelhantes ao nosso convidado eminente, Sheikh al-Islam Ibrahim, entre os muçulmanos”.

Os alunos do Sheikh Ibrahim

O número dos seguidores do Sheikh Ibrahim em diferentes partes da África e em outros lugares foi estimado por volta de 30 milhões. Isso inclui um grande número de mauritanos de linhagem nobre profética e de famílias conhecidas pela sua estima, conhecimento e retidão moral. Na vanguarda destes tínhamos: Sheikh Muhammad al-Nahwi, Sheikh Sheikhani ibn Muhammad ibn al-Tulba, Sheikh al-Hadi ibn al-Sayyid ibn Sidi Maulud Fall, Sheikh Muhammad al-Mishri ibn ‘Abdallah ibn al-Hâjj, Sheikh ‘Abdullah al-Jaijabi, Sheikh Muhammad ibn Ahmad al-Tulba, Sheikh Muhammad al-Amin al-Jakani, Sheikh Wijah ibn al-Rabbani, Sheikh ‘Abdullah Sakho, Sheikh ‘Abdullah Jâ e Sheikh Muhammad al-Hassan ibn Ahmad al-Khadim.

A sua habilidade para falar a verdade

O Sheikh Ibrahim tinha laços com o ex-presidente Gamal Abdel Nasser e o encontrou várias vezes. Depois da derrota árabe em junho de 1967, o Sheikh Ibrahim mandou uma carta ao Presidente Abdel Nasser, na qual elucidava-lhe o que fazer em seguida para alcançar a vitória.

Dizia na carta: “Está sobre nós seguirmos a linha da vitória mostrada por ‘Ó fiéis, se socorrerdes a Allah, Ele vos socorrerá e firmará os vossos passos.’ (Alcorão 47:7) e ‘E apegai-vos, todos, ao vínculo com Allah e não vos dividais’ (Alcorão 3:103). Então tema a Allah, meu irmão… e siga o caminho do seu comandante supremo, o Nosso Mestre Muhammad (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), que diz: ‘O meu Senhor me deu uma lição de boas maneiras, e aperfeiçoou as minhas maneiras,’ e cujo caráter era o Alcorão. ‘E abaixa as tuas asas para aqueles que te seguirem, dentre os fiéis.’ (Alcorão 26:215). ‘Pela misericórdia de Allah, foste gentil para com eles; porém, tivesses tu sido insociável ou de coração insensível, eles se teriam afastado de ti. Portanto, indulta-os, implora o perdão para eles e consulta-os nos assuntos (do momento).’ (Alcorão 3:159). Viaje nesta linha sobre a qual a própria vitória viaja… e você deve ficar diante da porta de Allah em fervente necessidade e súplica.”

O Sheikh Ibrahim e o Nobre Alcorão

O Sheikh Ibrahim pôs uma grande importância em memorizar, estudar e explicar o Nobre Alcorão, assim como em criar gerações sobre ele. Ele deu uma explicação disso várias vezes em árabe e na língua local senegalesa do wolof.

Ele costumava encorajar os seus filhos e discípulos a memorizar o Alcorão em tenra idade, e em ser consistente em recitá-lo durante a noite e nos extremos do dia, como era o seu costume. Costumava completar a leitura de um Alcorão inteiro pelo menos duas vezes por semana — ele lia um sétimo todo dia, e então memorizava de noite o que lera durante o dia.

O Sheikh Ibrahim fundou um número de escolas para memorizar o Alcorão, nas quais senegaleses, mauritanos e egípcios al-azharis ensinavam.

Ele disse sobre isso, num verso de poesia:

Faça a memorização do Seu Nobre Livro

O meu milagre até o grande encontro com Você

O Sheikh Ibrahim e o árabe

O Sheikh Ibrahim tinha o árabe em alta conta. Um dos sinais mais importantes disso era a sua recusa de mandar os seus filhos para a escola francesa durante a destrutiva ocupação francesa, apesar da pressão que era posta sobre ele pelos franceses. Mandou os seus filhos para a estimada Universidade de al-Azhar, de onde saíram graduados como pregadores do Islam ve professores.

O Sheikh Ibrahim fundou um instituto para o ensino do árabe e das ciências sagradas na sua aldeia, para a qual ele convocou delegações de professores de al-Azhar. Esse instituto continuou a dar e divulgar o conhecimento do árabe, com gerações após gerações se graduando ali. Nestes dias, os filhos e netos do Sheikh Ibrahim que se encarregam dali, e eles têm uma delegação educacional da Mauritânia, que consiste de vários professores ensinando em diferentes níveis.

  

O Sheikh Ibrahim e a Lei dos Estatutos Pessoais no Senegal

Por causa do seu vasto conhecimento, os sábios do Senegal escolheram o Sheikh Ibrahim para escrever um relatório para o governo no qual ele articulou a sua visão quanto à lei de estatutos pessoais, a qual o governo havia preparado e requereu as opiniões dos sábios sobre isso.

O Sheikh Ibrahim escreveu um relatório sobre a lei, no qual expusera um número de comentários. O mais importante é que ele notou que a lei continha seções e assuntos relacionados a casamento, divórcio, gravidez, herança e a determinação de linhagem, que são assuntos que foram descritos em detalhes pela Lei Sagrada Islâmica duma maneira tal que nenhum detalhe além poderia ser dado e que não deixa necessidade de que se desenvolva mais além — logo, um muçulmano não é permitido nesses assuntos a deixar as quatro fontes famosas e reconhecidas da Lei Sagrada Islâmica: O Livro de Allah, a Sunnah do Profeta (que as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele), o consenso dos sábios e a analogia legal. O artigo também requereu que o governo senegalês traduzisse a lei na íntegra para o árabe, para que os sábios pudessem vê-la e estudá-la.

O Sheikh Ibrahim na mídia árabe

A mídia árabe deu especial atenção à vida e atividade missionária do Sheikh Ibrahim. Vários jornais lançaram entrevistas com ele e prepararam artigos e relatórios sobre ele e sobre a sua escola, o seu sufismo e o seu status entre os muçulmanos na África Ocidental e além.   

Algumas das publicações que escreveram sobre o Sheikh Ibrahim, a sua vida e a sua atividade missionária foram al-Azhar Magazine, al-Mussawar Magazine, al-Ahram, Al-Messa, Akher Saa, al-Akhbar Rosa el-Youssef no Egito, al-Anba no Marrocos, al-Bilad na Arábia Saudita e el-Shaab na Mauritânia. O último relatório sobre o Sheikh Ibrahim foi publicado por al-Ahram no Egito, em 27 de dezembro de 1999. O Sheikh Ibrahim foi o único líder religioso africano negro a ter um arquivo especial junto a al-Ahram.   Estações de rádio árabes também deram atenção ao seu trabalho, e fizeram várias entrevistas com ele, tal como a entrevista que ele deu à Egyptian Radio em 16 de março de 1961.

Os seus escritos

O Sheikh Ibrahim escreveu vários livros benéficos sobre sufismo, o caminho espiritual, jurisprudência e língua, tais como:

  • Kashif al-Ilbas [A Remoção da Confusão (Quanto à Efusão do Selo da Santidade Ahmād al-Tijāni)]
  • Rūh al-Adab [O Espírito da Boa Moral]
  • O Caminho da Paz Quanto a Manter um Patamar Espiritual
  • Presente para os Moradores da Cidade Quanto ao Ritos do Hajj — Particularmente de Avião
  • As Estrelas de Orientação Quanto ao Nosso Profeta Ser o Melhor a Chamar para Allah e Guiar
  • A Prova Decisiva Quanto à Emissão do Alcorão pelo Rádio Ser Permitida
  • A Remoção da Culpa daqueles que Elevam as Suas Mãos e as Cruzam na Reza Imitando o Mestre dos Seres
  • O Presente às Crianças Quanto às Realidades das Ações.

Ele também escreveu diversas antologias poéticas, a maioria das quais em elogio ao Profeta.

O que as pessoas de conhecimento disseram sobre ele

Como citado acima, o grande pregador Muhammad al-Ghazali disse: “Temos segurança sobre o futuro do mundo islâmico enquanto houver semelhantes ao nosso convidado eminente, Sheikh al-Islām Ibrahīm, entre os muçulmanos”.

O eminente sábio iraquiano Sheikh Muhammad Mahmud al-Sawwāf disse: “O Sheikh Ibrahim Niasse é o maior dos sábios desta região — de fato, ele é o homem forte que permanece firme face a todas as correntes que vão contra o Islam. Ele tem um patamar grandioso e uma influência vasta entre os senegaleses e outras populações islâmicas, e muitas vieram ao Islam através das suas mãos.”

O sábio egípcio de hadith Sheikh Muhammad al-Hafiz disse, depois de mencionar várias descrições do Sheikh Ibrahim: “Para ser conciso, ele é a luz da sua era.”

O que disseram em elogio a ele

O nobre sábio Sheikhani ibn Muhammad al-Tulba disse num poema no qual ele elogia o Sheikh Ibrahim:

Aparecera um sol na noite cujo nascer é boa sorte

Enquanto não é assunto do sol aparecer à noite?

 

Ou recebêramos água das nuvens chuvosas normalmente induzida pelo relâmpago

Enquanto não tememos delas nem relâmpago, nem trovão?

 

Ou será que o Sheikh da era lograra guiar a todos

Todas as pessoas, brancas e negras?

 

O grande sábio Muhammad ‘Abd al-Rahman ibn al-Salik ibn Bab al-‘Alawi disse:

Você é vindo de um povo que é o povo sobre o qual

As alturas foram erigidas, sobre firmes fundações

E daqueles cujo conhecimento é grandioso demais para

Papel e caneta e fôlegos de homens

Basta a você que Allāh o vestisse com o temor d’Ele

E o temor de Allah é a melhor das vestimentas

O líder dos gnósticos, Sheikh Muhammad al-Mishri, disse:

Pela sua vida, nem o sol no seu zênite no início da tarde

Nem a lua cheia na noite mais brilhante do mês

É mais límpido, ou mais elevado, ou tem um patamar mais perfeito

Do que o Sheikh, seja no tempo ou espaço

Descrevendo-o em outro poema, diz:

Aqueles que descrevem não podem descrevê-lo

As suas boas qualidades tão exaltadas, elogiá-lo devidamente é raro

O professor da geração, o grande sábio Sheikh Muhammad Fall “Bah” ibn ‘Abdallah disse:

De Ibrahim, a Casa Sagrada, e o lugar de Sa’y eu pastei

Nos jardins de gnose, o pasto mais doce

Continua:

Ele tinha um escrúpulo que tornou o recomendado obrigatório

Assim como tornou os assuntos detestáveis, por escrúpulo, proibidos

A sua exortação, seja para tocar uma rocha firme

Por causa da sua própria força a rocha firme choraria

Ó leitor do Alcorão, que aperfeiçoa a sua arte

E o lê em décimos e o lê em sétimos

 Continua:

E você renovou o conhecimento da lei sagrada depois de ela ter sido destruída

Quando a escuridão da ignorância quase eclipsara a lei sagrada

Pois Allah tem versículos cujos segredos foram velados

Mas agora foram descobertos para nós na sua própria glória

Você é uma lua cheia, que nunca percamos a sua iluminação

E você se destaca como um número singular para o qual não se acha par

A sua passagem

Ele faleceu — que Allah tenha misericórdia dele — aos 15 de Rajab de 1395 A.H. (julho de 1975), em Londres, onde estava buscando tratamento. O Senegal e a África tremeu diante da sua morte. Foi enterrado na cidade que fundara, conhecida como Medina Baye, fora de Caulaque no sudeste senegalês, e o seu funeral solene foi assistido por uma inumerável quantidade de pessoas.

Ele investiu a sua vida pregando, promovendo o Islã, divulgando conhecimento, guiando a humanidade e esforçando-se para trazer a vitória para as causas dos muçulmanos, especialmente no assunto da Palestina, e era um forte oponente da penetração de Israel na África. Deixou para trás uma escola de pregação que irradiou a luz do Islã em todas as áreas do mundo.

O Sheikh Ibrahim  era um Sūfi que se apegou firme ao Livro de Allah e à Sūnna do Seu Profeta, e foi um dos mais importantes mestres espirituais da Tarīqa Tijaniya na África no século XX. Se as pessoas reclamavam com ele sobre as transgressões dalguns daqueles que alegavam ser Sûfis, ele repetia as famosas palavras do seu Sheikh, o Sheikh Sidi Ahmad al-Tijani (que Allāh esteja satisfeito com ele), fundador da Tariqa Tijaniya: “Se você ouvir algo sobre mim, pese-o na balança da nossa lei sagrada — se estiver de acordo com ela, então aja sobre isso, mas se for contra ela, então deixe-o.”

Os objetivos da vida do Sheikh Ibrahim poderiam talvez serem todos resumidos em uma linha da sua poesia:

Quero agradar ao Criador concedendo a vitória à Sua religião

E estabelecer um exemplo para a próxima geração

Em outra linha de poesia, ele exibiu o seu comprometimento em seguir o Profeta (que as bênçãos e a paz estejam sobre ele) e nunca desviar do seu exemplo:

Quando o Melhor da Criação caminha eu caminho atrás dele

E se ele para, então eu paro também

Que Allah derrame a sua vasta misericórdia sobre o Sheikh al-Islam Ibrahim Niasse  e lhe conceda um lugar de descanso no mais amplo dos Seus jardins, com os profetas, os sinceros, os mártires e os retos.

Texto escrito por al-Hadi ibn Muhammad al-Mukhtar al-Nahwi (Mauritânia)
Traduzido do árabe ao inglês por 
Adnan Wood-Smith (EUA)

 

Traduzido ao português por: Ya’qûb ‘Abd al-Jabbâr Ghîmârâish (al-Brâzîli al-Tijâni)

 

Fonte: https://bayeniasse.blogspot.com/2018/07/shaykh-ibrahim-niasse-his-life-wisdom.html

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